quinta-feira, 13 de março de 2008

Pecados jornalísticos

Os jornalistas andam esquecendo uma coisa básica da profissão: verificar a notícia. Essa semana assistimos a um dos maiores papelões da imprensa mundial. Quem não ouviu falar dos novos pecados capitais da Igreja Católica? Foi manchete e capa de praticamente todos os órgãos de imprensa mundo afora. Até a BBC entrou na jogada.
A história foi a seguinte: o periódico “L’Osservatore Romano” publicou uma entrevista com Dom Gianfranco Girotti, bispo do tribunal da Penitência Apostólica (seja lá o que isso significa). Lá pelas tantas o repórter pergunta: “quais são, segundo o senhor, os novos pecados”. O bispo dá a sua opinião. Ponto. Nada de “novos pecados capitais”.
Mas eis que um “jornalista” lê e, simplesmente, decide que aqueles são os novos pecados capitais. Outro “jornalista” lê o que o primeiro escreveu e tasca um Ctrl+C / Ctrl+V. Assim cria-se a rede. Milhares de Ctrl+C / Ctrl+V são digitados pelo mundo.
O interessante é que depois do desmentido ninguém assumiu o erro. Por eles ficaríamos acreditando que existem realmente novos pecados capitais.
Que papelão!!!

P.s.: Vejo que alguns representantes dos carros importados querem entrar na Ufrgs através de liminares da Justiça. Estão inconformados por perderem suas vagas para negros. A estudante Kaingang de medicina já sofre preconceito. Eles não se controlam. A elite não aceita perder um centímetro sequer do seu espaço.

Um comentário:

Debora disse...

Ufa q alivio!!! Ainda bem q nao era verdade pq eu ja estava preocupada por estar contribuindo para com as desigualdades sociais!!!!

Acredito q estes 'pecados' q foram citados em todos os meios de comunicação fossem visiveis para a sociedade mas q como sempre a preferencia a fazer de conta q nao vemos nada.... Ai tem q vir o papa (ou sei la quem da igreja) para a as pessoas tomem consciencia de que tem algo errado no mundo e q precisamos nos dar conta disso!!!

Poluir o meio ambiente, contribuir com as desiguldades sociais, exaltar a riqueza, isso nao tem nada a ver com pecados mas sim com resposabilidade. A responsabilidade de cada um de nós em fazer dessa sociedade um lugar mais justo e digno de se viver!

É triste, se não desesperador, termos q esperar q a igreja, instituição totalmente moralizadora e cooptadora, tenha q abrir os olhos do mundo para questões tao pertinentes no nosso dia-a-dia.