Agora fiquei com vergonha. Fiquei cinco anos numa faculdade de Jornalismo e agora sou humilhado por uma.... arquiteta!!! Nunca vi relato melhor de show. Leiam e se emocionem com a história de Mire Rock Show e Ozzy Osbourne.
Nossa mobilização começou muito antes do que se imagina. Acho que mais ou menos um ou dois meses atrás na função de comprar passagens (para quem não sabe, o show foi em São Paulo) e ingresso. Agradeço a todos pela comunicação imediata e a Nani, que fez a função de comprar os nossos ingressos e nos acolheu na adorável casinha feliz!
Nossa trajetória, no dia do show, começou ao meio dia. Estávamos todos ansiosos para vê-lo. No som só rolava músicas do Ozzy e Sabbath. A função de tomar um banho e fazer um lanchinho foi rápida. As 15:00h estávamos prontos. Tínhamos que esperar até às 16:00h que foi a hora que combinamos com a mãe. Nessa uma hora, nos dedicamos a escutar as músicas do novo álbum do Ozzy, Black Rain. As 16 e alguma fizemos a logística do carro, (afinal estávamos em 7) Nani – a motorista, Fred – o carona, no banco de trás Fran, Flora (disfarçada de mochilão), eu e Beto, na cachorreira, extremamente confortável, Silvão. A mãe ia nos esperar na entrada do Zaffari/Bourbon – do lado do Pallestra Itália.
À medida que nos aproximávamos do evento, a galera de preto ia aumentando. Quando chegamos na rua do estádio foi uma loucura, pra variar muitos policiais, um baita trânsito e muita gente. A adrenalina estava altíssima. De cara descolamos um estacionamento, a última vaga, o único que tinha seguro. Antes de entrarmos no Parque Antártica, mil funções, fomos com o Beto na bilheteria pra ele retirar o ingresso, nesse meio tempo um grupo foi encontrar a mãe (que já devia estar ansiosíssima). Na sequência fomos comer um lanchinho básico, rápido e venenoso no Mc Donald’s. Tarefas cumpridas era hora de entrar e pegar um bom lugar. Esse momento foi foda. A galera teve que se separar. Nani, Beto, Silvão, mãe e eu íamos para as cadeiras descobertas, os 3f’s – Fran, Fred e Flora para as arquibancadas. Foi muita vibração, a galera toda se abraçando e desejando bom show. O Grupo da mãe tomou duas latinhas de ceva e entrou no estádio, o grupo do 3f’s encarou o bom e velho vinhoto ainda do lado de fora.
Lá dentro, uma expectativa preenchia a todos. Resolvemos beber pra melhorar. Não demorou muito um pano gigantesco estampado com o logo da banda, Black Label Society, subiu para esconder o palco. Liderado pelo guitarrista Zakk Wylde, a banda entrou em cena, pontualmente às 19h30. Quando o gigantesco pano caiu, os caras mostraram que não estava de brincadeira e detonaram em um show de puro metal.
A segunda atração foi o show do Korn, não conhecia nem um som da banda. Algumas trash e algumas massa. O som dos caras foi animalesco, o vocalista estava de saia e o grupo tinha uma puta sintonia. Eles estavam tocando e curtindo muito.
O show do Korn acabou por volta de 21:30, a partir daí foi só rock’n’ roll’ nas caixas de som do estádio e os telões já exibiam o nome Ozzy Osbourne. Por volta das 22:00, começou a tocar AC/DC (nas nossas cabeças um presságio de que logo eles vão pintar por aí) e não parou mais. Nessa hora estávamos dançando, cantando e pulando animadíssimos ao som de Hell’s Bells quando entra uma voz em um tom de brincadeira puxando o grito de olê, olê, olê, olê e todo o estádio completando Ozzy, Ozzy. Agora estava estampado que faltava muito pouco. O “cara” que puxava o tal grito se silenciou, as luzes se apagaram e nos telões deu-se início a uma montagem onde o Madman aparece em situações cômicas de cenas de filmes e séries como “Piratas do Caribe”, “Lost”, “The Office”, “A Rainha”, “Borat”, “Os Sopranos”. Sobra até para a ex de Paul McCartney, Heather Mills, com quem o cantor interage em um instante do programa "Dancing with the stars" (surge até menção à perna postiça da ex-modelo).
Com o fim das imagens, imediatamente fica tudo escuro, começou a tocar o tema da ópera “Carmina Burana” (um tema bem amedrontador) e os telões completamente pretos mostravam um, vamos dizer, peti poá de cruzes. Era palpável a nossa ansiedade. Até que, de novo, surge o tal cara gritando olê, olê, olê, olê e todo o estádio completando Ozzy, Ozzy. Apenas milésimos de segundos se passaram e o mesmo cara que puxava a galera diz, "I wanna hear youuuu" – ERA ELE CARA, ERA O OZZY!!!!!!! O Coração foi lá na boca.
De calça e camiseta preta, com uma faixa, também preta, na cabeça, unhas e olhos pintados, o Madman entra no palco com Zakk Wylde (guitarra), Rob "Blasko" Nicholson (baixo), o ex-Faith No More Mike Bordin (bateria) e Adam Wakeman (teclados). “Go fucking crazyyy" é a sua ordem antes da música nova que abre o show, "I don't wanna stop". Ao final do som, Ozzy, feliz da vida como nós, perguntou se a platéia estava se divertindo e mandou ver o primeiro clássico da noite ”Bark at the Moon”. O vigor físico e a voz ainda potente são de impressionar! Quando anunciou “Suicide Solution”, foi ovacionado pela galera e logo na seqüência da música mostrou a bunda e jogou muitos baldes d’água no público. Alguns inclusive na cara dos fãs. Ozzy empolgadíssimo e sem perder tempo viu o balançar de mãos que a multidão fazia de um lado para o outro e repetiu instantaneamente. Uma cena linda de ver!
Ao final da primeira bordoada de som na cabeça, ele pega uma bandeira do Brasil (parece que jogaram no palco) e anuncia a clássica “Mr. Crawley”. Uma série de gritos e berros de 40 mil pessoas cantando ecoavam por todo o estádio e em boa parte do bairro Pompéia, o que chegou a abafar a voz dele no início da música. Ozzy comandava a multidão com uma maestria impressionante. A próxima música foi “Not Going Away”, do novo álbum, vale muito a pena, apesar de eu ser suspeita pra falar, é uma daquelas músicas que depois de ouvir você não consegue mais tirar da mente, confiram! De quebra ele pede se queremos escutar alguma do Sabbath, é claro que todo mundo disse que sim e ele detonou com War Pigs...(meu coração está disparado só de lembrar). No telão aparecem cenas de guerra e Ozzy não pára de pular. A galera toda batendo palmas no ritmo da música, os gritos dele pedindo que a gente fizesse mais barulho, as notas da guitarra do Zakk...Báh, a multidão foi o delírio e nós mais ainda, estávamos vibrando como loucos, como nunca, estávamos no céu, ou quem sabe, no inferno. Pra dar uma acalmada geral, Ozzy cantou “Road to Nowhere” com a bandeira do Brasil no ombro. Ele não parava de se ajoelhar agradecendo e declarando seu amor por todos nós!
O Madman com seus 60 aninhos teve que dar uma banda nos bastidores para pegar um fôlego e quem sabe tomar mais um leite de soja (me pergunto o que tem nesse leitinho? Se dá tanta pilha assim, eu também quero!). Com a saída estratégica dele não ficamos a ver navios não! O Ogro – bárbaro, com aparência de Viking, botas de lenhador e com um mega dread na barba Zakk Wylde não pestanejou na hora de detonar. Fez um solo de mais ou menos dez minutos (isso que o cara já tinha feito um show antes). A guitarra parecia brinquedo de criança nas mãos dele. O Visigodo – sorry - nosso amado Zakk, tocou até os dedos da mão direita sangrarem. Isso é real, tem um vídeo no Youtube que mostra o sangue escorrendo pela guitarra preta e branca. Mesmo assim ele não parou. Tocou andando pelo palco, sentado, com a guitarra nas costas, tocou até com a boca! Hummm, quem nos dera hein mãe, ser aquela guitarra!!!
Bueno, voltando ao show, logo em seguida do Zakk solo, nosso Madman volta ao palco (daquele jeito locão – jeito Ozzy de ser) pra agitação geral do povão. A rotação das músicas continuou em alta com “Crazy Train” outro clássico que a galera pulou e cantou a todo pulmão. Do lugar onde estávamos, podíamos visualizar toda a pista e era fantástico ver milhares e milhares de braços pra frente e pra trás ao ritmo de “Iron Man” que mesmo sendo tocada um pouco mais lenta do que a original apavoroooou.
Um dos momentos altos do show, além de todos esses momentos relatados até agora, foi quando rolou um clássico da carreira solo de Ozzy, uma música que não estava contemplada nem no set list do show, um som que fez e faz história (pelo menos na minha visão). Um clássico que eu e a mãe ficávamos curtindo algumas tardes quando estávamos na faculdade e nos reuníamos para “fazer” relatórios, um som “extra, extra, extra crazyyy” como diria nosso velho Ozzy – “No more tears”...(mais uma vez meu coração disparou). A introdução dessa música no baixo, o Ozzy correndo de um lado para o outro do (enorme) palco, cantando com a voz limpíssima, Zakk com seus cabelos esvoaçantes tocando com perfeição, histeria geral por todos os lados. Até os edifícios na volta do estádio estavam tomados de rockeiros enlouquecidos assistindo de “camarote” ao mega show. Momentos inenarráveis.
Dando continuidade, Ozzy apresentou uma das românticas, aquelas baladas do Madman que não podem faltar, “Here For You”, que ele fez pra Sharon. Antes de deixar o palco, Ozzy cantou “I Don't Want to Change the World” pra galera cantar em coro e ele se divertir dando seus pulinhos e pulões. Tava do caralho!!!
O Bis veio como uma paulada na cabeça. O príncipe das trevas voltou pra cantar mais uma de suas baladas, aquelas queridas que a gente nunca esquece, “Mama, I'm Coming Home”, presente no álbum No More Tears. Nesta música, o Zakk tocou com uma guitarra de dois braços e fez mais um show à parte ao lado do vocalista. Logo na seqüência, (e a gente já com uma dor no peito de saber que estava acabando) Ozzy manda ver em “Paranoid”, pra fechar com chave de ouro. A galera mais uma vez foi à loucura. A multidão seguia o comando do Ozzy para levantar as mãos e gritar quando dava aquelas paradinhas na música. Uma mega festa! Com o fim do show, Ozzy parece que não perde o embalo. Resolveu retribuir a atenção dos fãs dizendo que não vai demorar tanto tempo para voltar ao Brasil e que era pra galera se cuidar na volta pra casa...coisas do Vô Ozzy.
Como disse o AC/DC, há um longo caminho até o topo do rock’n’roll, Ozzy Osbourne o percorreu inteiro, e continua detonando como poucos. Para ficar na memória pra sempre.
Um comentário:
Bahhhhh!!!!!!
Deixa eu me recuperar aqui, que loucura, é incrível, sabe a parte antes de conmeçar o show? que diz: "surge o tal cara gritando olê, olê, olê, olê e todo o estádio completando Ozzy, Ozzy. Apenas milésimos de segundos se passaram e o mesmo cara que puxava a galera diz, "I wanna hear youuuu" – ERA ELE CARA, ERA O OZZY!!!!!!! O Coração foi lá na boca." Muito emocionante.
É Mauricio, te aposenta, deixa pra Mire fazer os relatoso dos shows daqui pra frente ehehe. Ou melhor vcs podem fazer um duelo de relatos de shows, eheheh!!
bjinhos!
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