domingo, 8 de fevereiro de 2009

Porque que o tempo anda cada vez mais depressa ?


O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos
movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca
vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio...
você começará a perder a noção do tempo.

Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo
sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os
batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão
sanguínea. Então... quando tempo suficiente houver passado,
você perderá completamente a noção das horas, dos dias...ou
anos. Estou exagerando para efeito didático, mas em essência
é o que ocorreria.

Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva
do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de
eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Se alguém tirar estes sinais
sensoriais da nossa vida, simplesmente perdemos a noção da passagem do
tempo.

Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que
considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas
vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil
pensamentos por dia.

Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar
conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes
pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia. Para
que não fiquemos loucos, o cérebro faz parecer que nós não vimos, não
sentimos e não vivenciamos aqueles pensamentos automáticos, repetidos,
iguais.

Por isso, quando você vive uma experiência pela primeira vez,
ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É
quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se
repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e
"apagando" as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque
parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os natais
chegam cada vez mais rapidamente.

Quando começamos a dirigir, tudo parece muito complicado, o
câmbio, os espelhos, os outros veículos... nossa atenção parece ser
requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando
os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular (proibido
no Brasil), ao mesmo tempo. E você usa apenas uma pequena "área" da
atenção para isso.

Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito
nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na
mente); O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas
experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência).
Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos
para a mente.

Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera o tempo é a...r-o-t-i-n-a.
A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa,
mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu
diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos.

E-mail de Maria Helena (Ouvinte Porto Alegre)

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