quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Divagações extremas de uma mente alterada

A grande saída do mundo é a salvação individual. Que cada um procure sua verdade e que se fodam os que se negam a pensar.
Seria muito maldoso dizer que não sinto pena das crianças pobres? Um dia eles descobrem sua verdade e descontam em um outro jovem, rico. Um tênis é só a materialidade de um estado de espírito muito mais complexo. A ilusão é muito fraca para durar para sempre e acaba em antidepressivos, televisão, uma cela de presídio ou a morte.
Eu realmente quero que se foda quem se nega a pensar. O preço é sempre cobrado. Eu decidi procurar a loucura individual que é me desligar de tudo que um dia foi conhecido. Na verdade é um teste para a loucura. Até que ponto sou capaz de chegar em uma cidade totalmente reacionária? Até que ponto eles são capazes de agüentar? Em que medida suas vidas mudaram ao saber que a loucura é real e também existe aqui? Até que ponto a loucura faz parte do jornalismo? Um grande amigo me disse que era tudo uma questão de loucura.
Em dois dias li Medo e delírio em Las Vegas e On the road e acho que estou contribuindo para a humanidade. Fumar um baseado e escrever neste caderno também não significa nada. Tudo bem, eu tenho uma garrafa de uísque e uma carteira de Marlboro Light pela metade. Acendo mais um enquanto vou descobrindo minha verdade.
Entre 11 e meia e meia noite recomeça o movimento na cidade. Troca de turno nas indústrias. Não é à toa que as velhinhas sejam alcoólatras. Perderam de forma muito rápida sua paranóia. Os filhos se foram. O marido está catatônico em frente ao aparelho. Eu sinto orgulho delas. Afinal, pegar uma garrafa de 51 na prateleira da padaria é um ato subversivo dos mais significativos na atualidade. Beber e fumar. Proponho aqui um ataque dos fumantes a todos os shopping centers do mundo. Podemos começar com ações esporádicas até que todos representantes da nossa classe adquiram consciência de sua missão. posso colocar alguns nomes na lista?
Ou seja, cada um que ache seu caminho. Que se foda quem não quer pensar. Get together one more time e um copo de leite para acordar em condições. Amanhã os prédios continuarão a ser erguidos, a mata a ser devastada e as pessoas a contribuir para nosso lento e degrandante fim. Gente como nós, que corroboramos tudo com nossas alternativas de meia tigela. Por isso precisamos achar graça de tudo. É uma comédia!
Numa análise dos termos de proporções e lingüística fica patente que algo como "a salvação da humanidade" é totalmente ridículo, assim como o "eu faço a minha parte" é pior ainda. Por enquanto estou em fase de testes para verificar alguma alternativa viável, mas me parece que não há nada melhor que a comédia para entender as relações bizarras que se estabelecem no mundo que vivemos, sob o olhar da espécie humana.
Cerca de 80% das coisas que faço não têm produtividade alguma para o mundo e mesmo com essa consciência as sigo fazendo. Aí está um típico exemplo de coisa que só os olhos da comédia podem dar alguma explicação. Na verdade não passam de constatações que meu cérebro inventa para rir, por conta da necessidade de uma substância química só recebida em estados de euforia.
Deus salve as pessoas felizes, porque são drogados como nós.
Vai acabar meu cigarro e o copo de leite.
Boa noite.

Um comentário:

mãe disse...

eu sou feliz portanto estou salva?!?!?!