Por Flávio Peres e Renata Pittas
Colaboração Gabriela Brochner
O Início de Tudo
As atividades políticas do 10º Fórum Social Mundial, que com uma proposta de descentralização abrange as cidades de Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga e Gravataí, tiveram início dia 25 de janeiro com uma caminhada repleta de ativistas sociais, culturais e sindicais. Participantes do fórum e curiosos que observavam a marcha, caminharam da frente da Prefeitura de Porto Alegre até a Usina do Gasômetro.
Revolução nos Ares Gaúchos
No dia 26 de janeiro, durante o seminário “A Conjuntura Social Hoje”, participantes de 5 países debateram as atitudes tomadas pela sociedade civil e Estado, buscando a conscientização das mentes na luta por uma sociedade mais justa e igual. Iniciando o debate, Edgardo Lander, da Universidad Central de Venezuela, trouxe à pauta a necessidade de reverter o crescimento da pobreza em todo o mundo, afirmando que o homem deve se reconhecer como parte da vida e produzir conhecimento para a mesma, ao contrário do que incita o padrão de acumulação capitalista, que serve de embasamento para a construção do conhecimento contra a vida humana.
A segunda palestrante a falar foi Rosane Silva, da CUT – Central Única dos Trabalhadores, falou sobre o livre mercado, criticando-o como um dos responsáveis pela crise gerada nos alicerces capitalistas. Ressalta a necessidade da construção de um projeto democrático consolidadamente popular, em que o povo tenha direitos reais de opinar sobre o controle social.
O marroquino Mohamed Soubhi, do Forum des Alternatives du Maroc, iniciou sua fala dando um panorama geral da conjuntura do Oriente Médio, ressaltando aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos em suas diferentes características. Afirmou que as contínuas guerras causaram terríveis conseqüências para o Oriente Médio, causando deterioração da vida e das pessoas, em uma sociedade civil que enfrenta o imperialismo americano. Como ponto alto, trouxe a necessidade da igualdade para as mulheres, que sofrem com a falta de liberdade física, psicológica, moral e intelectual.
O palestrante Emir Sader, membro brasileiro da CLACSO – Conselho Latino Americano de Ciências Sociais afirmou que durante o século XX o socialismo teve enorme retrocesso, ao mesmo tempo em que o capitalismo mostrou suas garras, baseado na hegemonia do modelo neoliberal. Afirmou que o sistema capitalista não terá fim enquanto não houver alternativas para tanto. Como saída, ele apontou a possibilidade de realizar ações conjuntas entre os países da América Latina, ressaltando a necessidade de fixação no objetivo comum.
Gustave Massiah, economista Francês, afirmou que não podemos esquecer que o capitalismo não é apenas um sistema econômico, mas também um sistema social, que abrange economia, cultura e política.
Para finalizar, Ana Pizzo, da revista italiana Carta, contextualizou os participantes do seminário sobre o severo controle da mídia na Itália, que não alardeiam os acontecimentos de veia esquerdista ocorrentes no mundo, tampouco fazem referência aos movimentos e manifestações contra o neoliberalismo. Apesar da postura conservadora do governo italiano no que diz respeito à comunicação de massa, grupos de resistência lutam a favor das minorias e dos direitos humanos.
E o rock and roll estava rolando solto no FSM 10. No dia 26 os sortudos Flutuantes subiram no palco de Canoas num belíssimo início de noite abrindo os caminhos para as duas maiores forças revolucionárias do rock brasileiro: Mutantes e Nação Zumbi. A entrevista que fizemos com o baixista instantes antes de subirem no palco dá uma idéia do tamanho da responsabilidade.
Unindo modernidade, tradição e guitarradas roqueiras de peso, a Nação Zumbi fez uma apresentação memorável que trazia um apanhado geral de sua carreira repleta de sucessos como Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada, Quando a Maré Encher, Praieira e Manguetown. Conversamos com os caras em primeiríssima mão logo após o show. O vocalista Jorge Du Peixe nos falou sobre a participação deles no Fórum e da relação da banda com os Mutantes. O guitarrista Lúcio Maia nos falou sobre a história da banda e explicou um pouco de suas consistentes concepções musicais. Estávamos circulando pelo backstage quando eis que surge já sentado, já de capa, já bem acompanhado e com discos Ele: Sérgio Dias. Não, ele não falou conosco nem com qualquer outro da imprensa o que sim, foi um tanto quanto arrogante. Mas bastou os Mutantes subirem no palco e todas as nuvens se dissiparam. Todos que presenciaram este momento tiveram a certeza de estarem diante de uma extraordinária experiência musical. Inclusive os próprios Mutantes! A participação da platéia foi tão expressiva que arrancou elogios rasgados de um até então altivo Sérgio Dias: “Diziam que São Paulo era a terra do rock, mas eu acho que eles estavam enganados. Acho que é o Rio Grande do Sul. Olha isso!” entre outros como: “Vocês são lindos.” Abrindo o show com a lisérgica Technicolor, a banda passeou com absoluta propriedade pelo seu jardim elétrico de clássicos como Baby, A Hora do Cabelo Crescer, El Justicieiro, Minha Menina, Bat Macumba e a própria Jardim Elétrico que levou o público a beira da insanidade! Tocaram também as canções novas com destaque para a excelente execução de Querida, Querida e Bagdah Blues. Um dos grandes momentos do show foi A Balada do Louco que fez todo mundo cantar, chorar, sorrir e/ou enlouquecer. A cantora Bia Mendes apertou a mão de todo mundo que estava ali pertinho do palco, visivelmente emocionada. Não posso deixar de ressaltar o excelente vigor musical e a técnica afiadado baterista Dinho Leme e a performance arrasadora do Sérgio Dias e da Bia Mendes, puro magnetismo.
Tocando Ando Meio Desligado Sérgio Dias despejou sua alma num longo solo de guitarra cheio de nuances, passeando entre o blues e o flamenco, se abaixando para ficar bem pertinho dos que se deram bem e ficaram perto do palco, incluindo este que vos fala. Este solo de guitarra se encaminhou para um rock virulento que levou a banda ao ápice e Canoas para outro lugar do Universo por alguns instantes! Top Top teve os vocais de Rita Lee sampleados nitidamente para quem estava na beira do palco. Levando em consideração a letra, a ironia superou o tom fake. De qualquer forma foi uma noite excepcional que certamente vai ficar na lembrança de todas as pessoas que lá estiveram, fãs ou não, pela intensidade e beleza do momento.
Pataquadas e Patadas
No dia 27, vocês não vão acreditar: A vizinhança atrapalhou os shows do Fórum na Usina do Gasômetro! Shows foram adiantados e alguns até mesmo cancelados! A banda Serrote Preto deu início aos trabalhos tocando para 17 pessoas contadas pelo apresentador do evento. Mesmo assim ainda pudemos acompanhar a sempre excelente Pata de Elefante, power trio de rock instrumental que apavora esta cidade desde 2001, se apresentando para um público já considerável! Falamos com os caras no camarim e eles contaram como foi o início da banda e deram uma idéia de como vai ser o 3° disco gravado em São Paulo nos estúdios da gravadora Trama. Encontramos ainda o Carlinhos, vocalista das bandas Bidê ou Balde e Império da Lã e ele contou pra gente o que as bandas andam aprontando, instantes antes de começar o show da Pública. Fraco, sonolento, que ... é essa? Eram os comentários gerais. E dava pra concordar. Não se preocupem, não entrevistamos. Bunda molice aqui não rola!
Força Total
No dia 28 mais cinco participantes de 5 países debateram como construir hegemonia política, iniciando pelo sociólogo português da Universidade de Coimbra Boaventura de Souza Santos, que explicou porque ainda não nos libertamos da hegemonia, afirmando que o capitalismo não é apenas injusto; é insustentável. Ele propôs como meio de libertação do sistema quatro idéias: ter em mente que um outro mundo é necessário, não é apenas possível, como afirma o slogam do Fórum social Mundial; a necessidade de criar sujeitos de direitos humanos e não apenas objetos; entender que a concepção do mundo é mais ampla que a concepção do mundo e finalmente, que é prematuro lançar idéias e conceitos enquanto a realidade não acompanhar efetivamente. Ao final de suas colocações, o palestrante foi aplaudido de pé pela platéia que lotou o teatro Dante Barone, na Assembléia Legislativa.
Após a colocação de Boaventura, a peruana Virgínia Vargas, da Articulación Feminista Marcosur, falou sobre a existência de novas perspectivas a partir da democracia no século XXI de abuso de poder dentro da família, que não aquela já conhecida de poder do homem sobre a mulher. Ela afirmou em uma curta colocação que existem novas dimensões para essa hierarquia, principalmente na América Latina, não tendo explicado quais são essas dimensões e perspectivas.
Em seguida, o indiano Amit Sengupta, do Peoples Health Movement ressaltou a importância que o movimento Fórum Social Mundial tem na história da luta socialista na América Latina e no mundo, e que há dez anos levou novamente a esperança para as ruas com a primeira edição do debate. Ele acredita não ser por acaso que essa voz tenha surgido na América Latina, uma vez que fomos palco para líderes políticos esquerdistas no século XX, como Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, além de presenciarmos fortes tentativas de abuso do homem sobre o homem, em diversos governos militares ao longo do século. Ele afirmou que a sede do poder hegemônico continua sendo os EUA e a Europa, mas se deslocou também para os países subdesenvolvidos e precisamos lutar contra essa força não apenas nas idéias, mas também nas decisões políticas. O mais importante na sua fala, a meu ver foi a colocação sobre a necessidade de uma nova linguagem para os movimentos esquerdistas para que esses possam conversar entre si, tentando evitar que a fragmentação aumente cada vez mais.
Christophe Aguiton, francês da Marches Européennes Contre le Chômage, distinguiu fatores para a situação atual: o socialismo no século XX era tomar o poder do estado, falando em socialista, leninista, trotskista, marxista, entre outras denominações para diferentes correntes da esquerda no mundo, e que era preciso encontrar uma estratégia para chegar ao socialismo enfrentando essas correntes, sem que houvesse quebra nas bases, sem que os grupos se dissipassem por divergências ideológicas. Os sindicatos e principalmente os partidos políticos tiveram forte papel nessa caminhada. Ele afirmou que no século XX pensávamos na unidade como voz ativa, hoje se pensa na pluralidade, nas especificidades, em abranger as diferenças para assim chegarmos à igualdade.
Para encerrar a palestra, Rosane Bertotti, membro da CUT, falou sobre a importância do Fórum Social Mundial para o debate que tentamos travar. Deu seu depoimento sobre a opção da agricultura familiar, afirmando que é uma ótima idéia para a população de baixa renda do campo. Em sua curta participação, não deixou de afirmar que a hegemonia que é debatida no Fórum é anterior a ele e que assim percebemos que não basta apenas refletir, mas é preciso construir ações concretas para mudarmos o mundo.
Ainda no dia 28 estivemos circulando pelo Parque Eduardo Gomes e conversamos com o pessoal que estava expondo seu trabalho por lá. Enquanto apreciávamos os saborosos vinhos De Bastiani, uma onda sonora vinda do palco chamou nossa atenção: era a banda Serrote Preto mandando um som da pesada! Depois do show eles falaram do cd novo que já está rolando dando muitos toques importantes para quem está querendo lançar seu trabalho. Nesta mesma noite estava programado o show do Tom Zé e tinha metrô especial e tudo, mas não pudemos conferir, pois, chegando em Porto Alegre, não haveriam ônibus. Mais uma vez, a direita tenta nos f.....
O Império Contra Ataca
O encerramento do FSM10 foi um emblema do envolvimento da nossa querida prefeitura com os interesses da população. Alegando que os equipamentos projetados para exposição ao ar livre queimaram com uma chuva de verão (15 min. contados), TODOS OS SHOWS FORAM CANCELADOS! Como se não bastasse, tiveram o disparate de soltar fogos de artifício. Sim, eles conseguiram estragar o fim da festa e não havia como terminar esta cobertura dos principais acontecimentos do Fórum sem uma nota de repúdio à administração do PMDB na prefeitura de Porto Alegre.
Os áudios com trechos de shows, palestras e entrevistas serão postados aqui em breve. Portanto, aguardem!!!!!!
O Início de Tudo
As atividades políticas do 10º Fórum Social Mundial, que com uma proposta de descentralização abrange as cidades de Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapiranga e Gravataí, tiveram início dia 25 de janeiro com uma caminhada repleta de ativistas sociais, culturais e sindicais. Participantes do fórum e curiosos que observavam a marcha, caminharam da frente da Prefeitura de Porto Alegre até a Usina do Gasômetro.
Revolução nos Ares Gaúchos
No dia 26 de janeiro, durante o seminário “A Conjuntura Social Hoje”, participantes de 5 países debateram as atitudes tomadas pela sociedade civil e Estado, buscando a conscientização das mentes na luta por uma sociedade mais justa e igual. Iniciando o debate, Edgardo Lander, da Universidad Central de Venezuela, trouxe à pauta a necessidade de reverter o crescimento da pobreza em todo o mundo, afirmando que o homem deve se reconhecer como parte da vida e produzir conhecimento para a mesma, ao contrário do que incita o padrão de acumulação capitalista, que serve de embasamento para a construção do conhecimento contra a vida humana.
A segunda palestrante a falar foi Rosane Silva, da CUT – Central Única dos Trabalhadores, falou sobre o livre mercado, criticando-o como um dos responsáveis pela crise gerada nos alicerces capitalistas. Ressalta a necessidade da construção de um projeto democrático consolidadamente popular, em que o povo tenha direitos reais de opinar sobre o controle social.
O marroquino Mohamed Soubhi, do Forum des Alternatives du Maroc, iniciou sua fala dando um panorama geral da conjuntura do Oriente Médio, ressaltando aspectos políticos, sociais, culturais e econômicos em suas diferentes características. Afirmou que as contínuas guerras causaram terríveis conseqüências para o Oriente Médio, causando deterioração da vida e das pessoas, em uma sociedade civil que enfrenta o imperialismo americano. Como ponto alto, trouxe a necessidade da igualdade para as mulheres, que sofrem com a falta de liberdade física, psicológica, moral e intelectual.
O palestrante Emir Sader, membro brasileiro da CLACSO – Conselho Latino Americano de Ciências Sociais afirmou que durante o século XX o socialismo teve enorme retrocesso, ao mesmo tempo em que o capitalismo mostrou suas garras, baseado na hegemonia do modelo neoliberal. Afirmou que o sistema capitalista não terá fim enquanto não houver alternativas para tanto. Como saída, ele apontou a possibilidade de realizar ações conjuntas entre os países da América Latina, ressaltando a necessidade de fixação no objetivo comum.
Gustave Massiah, economista Francês, afirmou que não podemos esquecer que o capitalismo não é apenas um sistema econômico, mas também um sistema social, que abrange economia, cultura e política.
Para finalizar, Ana Pizzo, da revista italiana Carta, contextualizou os participantes do seminário sobre o severo controle da mídia na Itália, que não alardeiam os acontecimentos de veia esquerdista ocorrentes no mundo, tampouco fazem referência aos movimentos e manifestações contra o neoliberalismo. Apesar da postura conservadora do governo italiano no que diz respeito à comunicação de massa, grupos de resistência lutam a favor das minorias e dos direitos humanos.
E o rock and roll estava rolando solto no FSM 10. No dia 26 os sortudos Flutuantes subiram no palco de Canoas num belíssimo início de noite abrindo os caminhos para as duas maiores forças revolucionárias do rock brasileiro: Mutantes e Nação Zumbi. A entrevista que fizemos com o baixista instantes antes de subirem no palco dá uma idéia do tamanho da responsabilidade.
Unindo modernidade, tradição e guitarradas roqueiras de peso, a Nação Zumbi fez uma apresentação memorável que trazia um apanhado geral de sua carreira repleta de sucessos como Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada, Quando a Maré Encher, Praieira e Manguetown. Conversamos com os caras em primeiríssima mão logo após o show. O vocalista Jorge Du Peixe nos falou sobre a participação deles no Fórum e da relação da banda com os Mutantes. O guitarrista Lúcio Maia nos falou sobre a história da banda e explicou um pouco de suas consistentes concepções musicais. Estávamos circulando pelo backstage quando eis que surge já sentado, já de capa, já bem acompanhado e com discos Ele: Sérgio Dias. Não, ele não falou conosco nem com qualquer outro da imprensa o que sim, foi um tanto quanto arrogante. Mas bastou os Mutantes subirem no palco e todas as nuvens se dissiparam. Todos que presenciaram este momento tiveram a certeza de estarem diante de uma extraordinária experiência musical. Inclusive os próprios Mutantes! A participação da platéia foi tão expressiva que arrancou elogios rasgados de um até então altivo Sérgio Dias: “Diziam que São Paulo era a terra do rock, mas eu acho que eles estavam enganados. Acho que é o Rio Grande do Sul. Olha isso!” entre outros como: “Vocês são lindos.” Abrindo o show com a lisérgica Technicolor, a banda passeou com absoluta propriedade pelo seu jardim elétrico de clássicos como Baby, A Hora do Cabelo Crescer, El Justicieiro, Minha Menina, Bat Macumba e a própria Jardim Elétrico que levou o público a beira da insanidade! Tocaram também as canções novas com destaque para a excelente execução de Querida, Querida e Bagdah Blues. Um dos grandes momentos do show foi A Balada do Louco que fez todo mundo cantar, chorar, sorrir e/ou enlouquecer. A cantora Bia Mendes apertou a mão de todo mundo que estava ali pertinho do palco, visivelmente emocionada. Não posso deixar de ressaltar o excelente vigor musical e a técnica afiadado baterista Dinho Leme e a performance arrasadora do Sérgio Dias e da Bia Mendes, puro magnetismo.
Tocando Ando Meio Desligado Sérgio Dias despejou sua alma num longo solo de guitarra cheio de nuances, passeando entre o blues e o flamenco, se abaixando para ficar bem pertinho dos que se deram bem e ficaram perto do palco, incluindo este que vos fala. Este solo de guitarra se encaminhou para um rock virulento que levou a banda ao ápice e Canoas para outro lugar do Universo por alguns instantes! Top Top teve os vocais de Rita Lee sampleados nitidamente para quem estava na beira do palco. Levando em consideração a letra, a ironia superou o tom fake. De qualquer forma foi uma noite excepcional que certamente vai ficar na lembrança de todas as pessoas que lá estiveram, fãs ou não, pela intensidade e beleza do momento.
Pataquadas e Patadas
No dia 27, vocês não vão acreditar: A vizinhança atrapalhou os shows do Fórum na Usina do Gasômetro! Shows foram adiantados e alguns até mesmo cancelados! A banda Serrote Preto deu início aos trabalhos tocando para 17 pessoas contadas pelo apresentador do evento. Mesmo assim ainda pudemos acompanhar a sempre excelente Pata de Elefante, power trio de rock instrumental que apavora esta cidade desde 2001, se apresentando para um público já considerável! Falamos com os caras no camarim e eles contaram como foi o início da banda e deram uma idéia de como vai ser o 3° disco gravado em São Paulo nos estúdios da gravadora Trama. Encontramos ainda o Carlinhos, vocalista das bandas Bidê ou Balde e Império da Lã e ele contou pra gente o que as bandas andam aprontando, instantes antes de começar o show da Pública. Fraco, sonolento, que ... é essa? Eram os comentários gerais. E dava pra concordar. Não se preocupem, não entrevistamos. Bunda molice aqui não rola!
Força Total
No dia 28 mais cinco participantes de 5 países debateram como construir hegemonia política, iniciando pelo sociólogo português da Universidade de Coimbra Boaventura de Souza Santos, que explicou porque ainda não nos libertamos da hegemonia, afirmando que o capitalismo não é apenas injusto; é insustentável. Ele propôs como meio de libertação do sistema quatro idéias: ter em mente que um outro mundo é necessário, não é apenas possível, como afirma o slogam do Fórum social Mundial; a necessidade de criar sujeitos de direitos humanos e não apenas objetos; entender que a concepção do mundo é mais ampla que a concepção do mundo e finalmente, que é prematuro lançar idéias e conceitos enquanto a realidade não acompanhar efetivamente. Ao final de suas colocações, o palestrante foi aplaudido de pé pela platéia que lotou o teatro Dante Barone, na Assembléia Legislativa.
Após a colocação de Boaventura, a peruana Virgínia Vargas, da Articulación Feminista Marcosur, falou sobre a existência de novas perspectivas a partir da democracia no século XXI de abuso de poder dentro da família, que não aquela já conhecida de poder do homem sobre a mulher. Ela afirmou em uma curta colocação que existem novas dimensões para essa hierarquia, principalmente na América Latina, não tendo explicado quais são essas dimensões e perspectivas.
Em seguida, o indiano Amit Sengupta, do Peoples Health Movement ressaltou a importância que o movimento Fórum Social Mundial tem na história da luta socialista na América Latina e no mundo, e que há dez anos levou novamente a esperança para as ruas com a primeira edição do debate. Ele acredita não ser por acaso que essa voz tenha surgido na América Latina, uma vez que fomos palco para líderes políticos esquerdistas no século XX, como Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara, além de presenciarmos fortes tentativas de abuso do homem sobre o homem, em diversos governos militares ao longo do século. Ele afirmou que a sede do poder hegemônico continua sendo os EUA e a Europa, mas se deslocou também para os países subdesenvolvidos e precisamos lutar contra essa força não apenas nas idéias, mas também nas decisões políticas. O mais importante na sua fala, a meu ver foi a colocação sobre a necessidade de uma nova linguagem para os movimentos esquerdistas para que esses possam conversar entre si, tentando evitar que a fragmentação aumente cada vez mais.
Christophe Aguiton, francês da Marches Européennes Contre le Chômage, distinguiu fatores para a situação atual: o socialismo no século XX era tomar o poder do estado, falando em socialista, leninista, trotskista, marxista, entre outras denominações para diferentes correntes da esquerda no mundo, e que era preciso encontrar uma estratégia para chegar ao socialismo enfrentando essas correntes, sem que houvesse quebra nas bases, sem que os grupos se dissipassem por divergências ideológicas. Os sindicatos e principalmente os partidos políticos tiveram forte papel nessa caminhada. Ele afirmou que no século XX pensávamos na unidade como voz ativa, hoje se pensa na pluralidade, nas especificidades, em abranger as diferenças para assim chegarmos à igualdade.
Para encerrar a palestra, Rosane Bertotti, membro da CUT, falou sobre a importância do Fórum Social Mundial para o debate que tentamos travar. Deu seu depoimento sobre a opção da agricultura familiar, afirmando que é uma ótima idéia para a população de baixa renda do campo. Em sua curta participação, não deixou de afirmar que a hegemonia que é debatida no Fórum é anterior a ele e que assim percebemos que não basta apenas refletir, mas é preciso construir ações concretas para mudarmos o mundo.
Ainda no dia 28 estivemos circulando pelo Parque Eduardo Gomes e conversamos com o pessoal que estava expondo seu trabalho por lá. Enquanto apreciávamos os saborosos vinhos De Bastiani, uma onda sonora vinda do palco chamou nossa atenção: era a banda Serrote Preto mandando um som da pesada! Depois do show eles falaram do cd novo que já está rolando dando muitos toques importantes para quem está querendo lançar seu trabalho. Nesta mesma noite estava programado o show do Tom Zé e tinha metrô especial e tudo, mas não pudemos conferir, pois, chegando em Porto Alegre, não haveriam ônibus. Mais uma vez, a direita tenta nos f.....
O Império Contra Ataca
O encerramento do FSM10 foi um emblema do envolvimento da nossa querida prefeitura com os interesses da população. Alegando que os equipamentos projetados para exposição ao ar livre queimaram com uma chuva de verão (15 min. contados), TODOS OS SHOWS FORAM CANCELADOS! Como se não bastasse, tiveram o disparate de soltar fogos de artifício. Sim, eles conseguiram estragar o fim da festa e não havia como terminar esta cobertura dos principais acontecimentos do Fórum sem uma nota de repúdio à administração do PMDB na prefeitura de Porto Alegre.
Os áudios com trechos de shows, palestras e entrevistas serão postados aqui em breve. Portanto, aguardem!!!!!!
6 comentários:
Eu tb estava no backstage dia 26, antes e depois do show dos Mutantes e presenciei Sérgio Dias atendendo com extrema simpatia e boa vontade todos que se aproximavam dele. Tanto que uma fila se formou, pois ele ficou ali cerca de 2 horas atendendo não somente fãs, mas como jornalistas. No pós-show, ficou mais duas horas atendendo aos que foram ao camarim.
Vc foi muito infeliz colocando que Sérgio Dias como 'arrogante'.
O show do Mutantes foi demais. A banda está encaixada e este novo repertório é excelente.
Com certeza!!!!! Sérgio Dias é uma grande figura!!! Deu o maior exemplo!!
Quem não ta dando exemplo muito bom é essa galera aí da Putzgrila, que não consegue cobrir nada direito e só faz merdaaaaaa!!!!
Da-lhe K7tão...
Ahhh, só um detalhe...não é "pudemos" e sim "podemos", do verbo "poder".
Vocês tem que estudar mais português na escola, senão não vão passar de ano!!!!!!
Estimada colega:
Acredito que tu não tenhas lido meu texto com atenção. Quando disse que Sérgio Dias teve uma postura arrogante, me referí aos momentos que antecederam o show, quando apenas três membros da imprensa(incluindo nós da Putz) tentavam conversar sem sucesso. O show teve uma participação muito expressiva da platéia, o que visivelmente emocionou o até então altivo Sérgio Dias, como escrevi anteriormente. Daí ele ter dado toda atenção merecida aos fãs e jornalistas no final do show. Leia mais atentamente antes de criticar qualquer texto. Um Abraço!
Agora essa vai pro Professor Alceu:
Pretérito Perfeito Indicativo: Verbo Poder
Eu pude
Tu pudeste
Ele/Ela pôde
Nós pudemos
Vós pudestes
Eles/Elas puderam
E VIVA O K7TÃO DA PUTZGRILA!!!!!!!!! A ESCOLA DE PORTUGUÊS!!!!!!!!!
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