quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Pequeno Livro do Rock

A melhor maneira de se aprender a história do rock é ouvindo as canções que colaboraram para o surgimento do estilo musical que sacudiu a segunda metade do século 20. É nesse momento que a internet surge como grande meio de divulgação de conhecimento: qualquer um com interesse pode entrar em contato com as canções que contribuíram para o desenvolvimento do rock, desde os primeiros blues dos anos 1930 até os primeiros acordes de guitarra elétrica dos anos 1950.



Capa da graphic novel
Com isso em mente "O Pequeno Livro do Rock", trabalho do cartunista francês Hervé Bourhis que chega às lojas pela editora Conrad, acaba ganhando uma utilidade extra. Além de história em quadrinhos, a graphic novel pode ser utilizada como guia de pesquisa para os interessados em aprender sobre a história do rock.

Há vinte anos um leitor que se deparasse com a obra (valendo-se da hipótese dela ter sido lançada naquela época) teria que peregrinar por lojas de álbuns ou instrumentos musicais de sua cidade para talvez descobrir quem foi o roqueiro suicida Johnny Ace ou qual a história do grupo de doo-wop The Dell-Vikings. Hoje todas essas informações estão a apenas um "clique".




O encontro de Keith Richards com Mick Jagger - primórdios dos Rolling Stones

A forma como Bourhis compilou as informações só ajudam a atiçar a curiosidade do leitor, que encontrará fatos curiosos sobre figurões como James Brown, que em 1966 passou a multar seus músicos a cada erro cometido em seus shows, ou Keith Richards, que em 1960, aos 17 anos, puxou papo com um rapaz que segurava um vinil de Muddy Waters na estação de trem - por um acaso, Mick Jagger.



O ritual de Jimmy Hendrix
Além disso, o desenhista intercalou quadrinhos sobre fatos do rock com reproduções de capas de discos, cartazes de filmes e trechos de músicas, o que só confirma a vocação de "O Pequeno Livro do Rock" para guia de aficionados pelo estilo.

E o Brasil não foi esquecido por Bourhis: o País aparece com o lançamento de "Chega de Saudade", em 1958, apontado como estopim da bossa nova, e com Os Mutantes, chamados de arautos do movimento tropicalista.

O fato triste é que, tal qual a história do rock, a graphic novel vai perdendo seu gás com o passar dos anos - ou, neste caso, das páginas. É muito mais divertido peneirar fatos bizarros dos primórdios do rock do que ser lembrado das reclamações de Kanye West no MTV Awards de 2007 ou dos dez anos que Axl Rose gastou para lançar "Chinese Democracy".

"O Pequeno Livro do Rock"
Hervé Bourhis
Editora Conrad
224 páginas

Fonte: Folha de SP

2 comentários:

Rafael Cony disse...

que beleza!!!

Paulinha disse...

Aeww, comprei o meu hoje..olha a coincidência!
E já li também, e já gostei, e já tudo! =)
Abração!!