quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma manada de elefantes na madrugada de Porto Alegre

Meia noite em ponto. Desci do táxi em frente ao Opinião e algumas pessoas compravam seus ingressos de última hora. Encharcado por caminhar alguns metros entre o táxi e a entrada do bar sob uma chuva torrencial, que não parava desde a metade da tarde, entrei no bar e já fui encontrando alguns amigos, músicos e brothers. De cara o Tonho Croco, Móica, KCláudio, Márcio Petracco, Luciano Albo, Marcos “Sheila” Kligman e minha colega de Putzgrila Sabrina Kwazsco. Um papo com um aqui e outro ali, uma ceva na mão e uns 10 minutos depois Gustavo Telles, Gabriel Guedes e Daniel Mossman sobem ao palco acompanhados por Luciano Leães aos teclados, Marcelinho Rocha na percussão, Alexandre “Papel” Loureiro na segunda bateria e Mauricio Fuzzo na outra guitarra. Um acompanhamento deluxe e locomotor para “uma grande noite” com as canções do novo álbum da Pata — Na Cidade. E com duas baterias. Ducaralho!

Quase duas horas de show com um desfile de outros convidados mais do que especiais: Marquinho Faria nos teclados, Nati, Carol e Perón da banda Os Aventuras, o naipe “metaleiro” do trombone de Julio Rizzo e do saxofone tenor de Rodrigo Siervo e ainda, particularmente pra mim o ponto alto do show, o mestre guitarreiro Luís Vagner — integrante de uma das grandes bandas brasileiras da Jovem Guarda, os Brasas, e também um dos mentores do samba-rock — no tema Vazio na Cerveja numa noite em que o samba-rock transou com a psicodelia. Magia pura.

Foi uma paulada atrás da outra. As canções do álbum Na Cidade, com a mistura de surf music, rock setentista e psicodelia da Pata deram o tom da noite, sem bis, encerrando com “Um olho no fósforo e outro na fagulha”, do disco de 2007. E a Sabrina emocionada, como muitos dos convivas.

Quando acabou o show encontrei o Six, que apresenta o Six Time na Putz e que fez a iluminação do show. O bom gosto que eu já to acostumado a ver do trampo dele.

Me despedi dos amigos pensando se conseguiria pegar um táxi para enfrentar a chuva.

Mas que chuva? A manada de elefantes solta no palco do Opinião espantou as nuvens deixando a madrugada de quinta-feira em Porto Alegre propícia para uma caminhada “de volta pela manhã” “um pouco antes de dormir”. Acho que São Pedro também gostou do show e foi dormir em paz. Boa. Tá aí uma sugestão de nome pra uma nova canção da Pata: Canção de Ninar os Deuses.

O disco Na Cidade é uma obra. Façam o download, disponível digrátis no site álbum virtual da trama. É só perguntar pro Seu Gugol que ele responde.
Ouçam e embarquem no safari musical da Pata.
Mais ainda: quando tiverem oportunidade assistam a Pata de Elefante ao vivo.
É bom de vez em quando levar uma patada na orelha.
Faz bem pro cérebro.
E como diz o Daniel Pellin: em boca fechada não entra mosca.

Quanto aos shows de lançamento do na Cidade, rola hoje à noite (quinta, dia 17) no Atelier Coletivo em Bagé, amanhã, sexta (18 de junho) em Pelotas no João Gilberto às 21h e logo depois, uma da manhã no Larus em Rio Grande e no sábado (dia 19) no Vagão em Caxias do Sul, com cobertura e transmissão da Rádio Putzgrila, a rádio rock de verdade – www.radioputzgrila.com.br com o Pedrola e o Xamícoles no comando.

Quanto às fotos devem ter várias já na internet.
Não levei minha câmera. Acabei usando a da Sabrina e logo ela postará aqui.
Infelizmente não cheguei a tempo de ver a banda que fez a abertura, Reverba Trio, mas na próxima quero dar uma sacada.

Rafael Cony
Apresenta os programas Digestivo Putzgrila de terça e quinta, das 13 às 15h e o Flying Circus às terças, das 15 às 17h.
Também é um dos integrantes da banda Só Creedence e designer gráfico.


Um comentário:

Anônimo disse...

muito boa crítica!