segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O quarto do Pink Floyd

Em homenagem ao senhor Richard Wright, transcrevo aqui matéria que escrevi para o jornal A Notícia, publicada no dia 14 de setembro. Boa leitura!

No dia 2 de julho de 2005 os fãs de um dos maiores grupos de Rock de todos os tempos, o Pink Floyd, tiveram um sopro de esperança. A banda se reuniu com a sua clássica formação, Roger Waters no baixo, David Gilmour na guitarra, Richard Wright nos teclados e Nick Mason na bateria, após 20 anos de uma separação traumática.
O show era o Live 8, no local onde tudo começou para o Pink Floyd: Londres. Após o concerto começaram a surgir os boatos de uma nova turnê, um novo disco e de que tudo estaria resolvido entre Waters e Gilmour, cuja diferência de gênios (para ser bondoso com os senhores) causou a separação do cerne da banda em 1985.
Mas como todos os boatos, estes também eram só boatos. Em fevereiro de 2006 David Gilmour acabou de vez com as esperanças dos milhares de fãs ao anunciar que o Pink Floyd não vai mais se reunir nem lançar nenhum novo material.
Isso para os fãs normais. Quem é realmente viciado no som da banda inglesa sempre vai descobrir um novo artigo, um novo (velho) disco, ou uma nova história, como essa aí de cima para contar. Este é o caso do empresário jaraguaense Richard Hermann que, se não tem tudo do Pink Floyd, tem quase tudo.
Sua casa tem o clima aconchegante de um bom lar. Cozinha, sala de estar, sala de jantar, pátio, tudo como uma boa casa normal. Mas ao subir dois lances de escada o visitante chega a uma porta que o leva a outra dimensão. O pequenho quarto que ela esconde é o sonho de consumo de todo verdadeiro aficcionado por Rock'n'Roll, especialmente por Pink Floyd.
À esquerda de quem entra há uma estante com seis filas de pelo menos 60 discos em cada uma. "Só essa última aqui que não é só de Pink", diz o dono, para pavor dos visitantes de primeira viagem. Ao lado estão os DVD's, 90% do Pink Floyd. Em cima de uma escrivaninha alguns livros sobre a banda, inclusive um só sobre o idealizador do Pink, o altamente maluco Syd Barret. Alguém pergunta se Syd foi mesmo tirado do grupo pelos outros integrantes e lá vem outra história.
"Com certeza, o cara era muito pirado. Nas entrevistas coletivas ele avacalhava com os repórteres. Em alguns shows ele entrava tão alucinado que tocava apenas uma nota o tempo todo. Não é à toa que eles foram vaiados na sua primeira apresentação nos Estados Unidos", diz nossa enciclopédia viva. "Inclusive nessa primeira turnê americana o ônibus da banda foi assaltado e eles perderam todos os instrumentos."

De todas as maluquices espalhadas pelo quarto (relógio, toalha de rosto, ingressos de shows, passes de backstage, caixas especiais, fotos originais, pôsters, livros) o que prova mesmo o quanto Richard é colecionador são os discos bootleg. Estes são aqueles conhecidos no Brasil como "piratas". Mas não como os atualmente vendidos em camelôs. O bootleg é uma cópia não autorizada pela banda feita numa fabriqueta de fundo de quintal, geralmente gravada de um show ou de sobras de estúdio, com pouquíssimas unidades espalhadas pelo mundo. São verdadeiras raridades, encontradas somente em sebos ou nas mãos de outros colecionadores. "Todo colecionador é rato de sebo. Eu conheço lojas no mundo todo, Inglaterra, Dinamarca, Holanda, tudo que é lugar", diz Richard. E não são só os tradicionais LP's, mas discos de 10 polegadas e compactos com apenas uma música de cada lado. Richar ia mostrando essas raridades quando surgiu a inevitável pergunta: "na tua opinião qual é o melhor disco?"
Se você acha que ele falou de um desses álbuns totalmente desconhecidos, acessível somente a alguns iniciados, está redondamente enganado. Sem pestanejar o colecionador disse: "com certeza é o The Dark Side of the Moon". O famoso "disco do prisma" é realmente um diferencial na história da banda. Estima-se que desde o seu lançamento, em 1971, o disco tenha vendido uma média de um milhão de cópias por ano e que ele esteja presente em sete de cada 10 casas na Inglaterra. Já são mais de 40 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. Foi o disco que bateu o record de permanência na parada da Billboard (lista de discos mais vendidos nos Estados Unidos) com 741 semanas, sendo 591 delas consecutivas.
Só Richard tem 11 cópias do Dark Side, todas com alguma diferença. "Essa é a dos Estados Unidos com o triângulo branco, essa é a russa que vem escrita com as letras deles, essa é a inglesa, essa é a polonesa, essa é a uruguaia....."

4 comentários:

mãe disse...

bah que massa muri deve ter sido mto legal conhecer essa pessoa, parabéns a matéria está ótima bjosss

Anônimo disse...

tá muito tri mesmo o texto!!

Sabrina Kwaszko disse...

Demais esse papo!!!
Figuraça!

Ouvi pela primeira o The Dark Side of the Moon quando tinha uns 16 anos e nunca me esqueci da experiência.

1 de nós 2 disse...

que massa!!!

thunder